quinta-feira, 6 de novembro de 2008



AO VENTO

O vento passa a rir, torna a passar, Em gargalhadas ásperas de demente; E esta minh'alma trágica e doente Não sabe se há-de rir, se há-de chorar! Vento de voz tristonha, voz plangente, Vento que ris de mim, sempre a troçar, Vento que ris do mundo e do amar, A tua voz tortura toda a gente!... Vale-te mais chorar, meu pobre amigo! Desabafa essa dor a sós comigo, E não rias assim!...Ó vento, chora! Que eu bem conheço, amigo, esse fadário Do nosso peito ser como um Calvário, E a gente andar a rir pla vida fora!!...

(Florbela Espanca)


Era tão só! E pensava não vou ter ninguém pra continuar minha historia
Quando um belo dia, meu peito cresceu.
Minha barriga estufou e mexeu.
Minhas pernas pesavam, meu rosto inchou.
Fiquei gorda, pesando setenta e cinco quilos de felicidade.
Parecia uma pata! Mas feliz fiquei ainda quando vi aquele rostinho, meu filho nascia.
No momento me senti vazia, quando aquela bola imensa de repente muchou!
Mais chorei de alegria quando ouvi seu choro forte que ecoou no extremo nordeste
Saindo do sudeste.
Era meu filho Raul, menino mais belo! Que Deus me enviou para ser o grande rei.
E herdeiro único do meu castelo de sonhos.

AMO-TE MEU QUERIDO FILHO COM TODA FORÇA DO MEU CORAÇÃO.